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O Poder do Agora



Eckhart Tolle é um escritor e conferencista alemão, cuja obra é voltada para o autoconhecimento e para a busca pela iluminação espiritual. Ele é muito conhecido pelo seu livro “O Poder do Agora”, o qual recomendo com muita alegria. Ele conta que certa vez um discípulo perguntou ao mestre o que acontece com a pessoa após a morte. E ele respondeu: "Eu não sei". E eles disseram: "Porque você não sabe, você é o mestre!". E ele disse: “Sim, mas eu não sou um mestre morto." Tolle quer, com esta história, chamar atenção para o seguinte: a morte é apenas dissolução da forma. O resto todo se resume em possibilidades variadas. O eterno em nós é imortal. Fica o aprendizado, ficam as lembranças, ficam os hábitos, ficam as experiências em comum, ou seja, a parte de nós que não tem forma, mas que armazena tudo aquilo que é apreendido numa existência. Todas essas coisas são repassadas de geração em geração e mantêm eterno aquele que cumpre sua vida, tal qual conhecemos, para aqueles que ficam. Estudiosos do momento da morte dizem que o que acontece no instante da passagem dependerá do autoconhecimento, ou da consciência que cada um tem de si e que todo o conhecimento adquirido está registrado nesse espaço sem forma que nos habita. E, ainda, que esse conhecimento, ou essa consciência fará toda diferença no momento da morte. Dessa maneira, devemos sempre buscar em nós quem verdadeiramente somos. Não os papéis que ocupamos, mas quem é a parte sem forma que vive em nós e quão essencial ela é para a própria vida. Não é necessária a resposta. Mas é importante a pergunta. Qualquer resposta nos apontaria para um e outro papel que ocupamos – filho (a), esposo(a), profissional, alto, magro, cuidador, forte, ou outros tantos adjetivos que atribuímos a nós mesmos. Já o silêncio da mente, a ausência da resposta, exercitada, nos apontaria para a centelha do amor divino que vive em nós. A nossa própria essência. E isso não morre nunca. Todas as tradições concordam em dizer que este reino dos papéis que ocupamos é essencialmente ilusório. Ele muda, ainda em vida – ele passa, ele se altera, ele morre. Mas o que é essencial se mantém eterno. Por isso é desnecessário entrar em conflito, querer ganhar discussão, tentar acumular bens, prestar-se à vaidade, ao apego...tudo vai passar. Mas é fundamental encontrar a quietude, o silêncio dentro de si. Principalmente quando você está ao lado de uma pessoa que está no processo de morte, ou que acaba de morrer. Volte para dentro de si e encontre o seu silêncio, buscando quem você é. É claro que você pode chorar, se quiser. Ou se orgulhar, na certeza de que a pessoa cumpriu sua missão de vida. Mas tenha certeza de que a morte é uma trans-forma-ção = uma ação para além da forma. E ai, como bem diz Eckhart Tolle, “você não estará totalmente preso naquela emoção, estará lá, em seu próprio espaço. O espaço que subjaz a emoção é a Paz. E é somente dessa paz interior que você pode perceber, a verdade que está além disso”. A vida aponta para a morte. Mas a morte também aponta para a vida.

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