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Infantilização no Contexto do Envelhecimento


Afinal, o que significa infantilizar? Significa tornar infantil, agir como criança. Comportamento e atitudes extremamente esperados quando remetem às crianças. Mas, você já ouviu esse termo sendo utilizado no contexto do envelhecimento?


O termo infantilizar é muito comentado no contexto do envelhecimento, infantilizar não vem acompanhado de um significado amplo nem bonito de ser usado. Neste contexto, a infantilização, cada vez mais presente, também remete a um tipo de violência contra a pessoa idosa, a violência emocional.


Não é incomum vermos pessoas mais velhas sendo tratadas de forma infantil, principalmente, as mais vulneráveis ou frágeis, com o uso de palavras no diminutivo, com a intenção de demonstrar carinho. Isso ocorre em qualquer ambiente, desde a nossa família até mesmo no ambiente profissional de cuidado, porém, é neste último que vem ocorrendo com maior frequência.


As pessoas tratam esses idosos como crianças grandes ou até mesmo chamam de “meu bebê”, “minha criança” e, acabam se colocando no lugar de pais de seus pais, atrapalhando essas pessoas na administração da própria vida e de suas atividades quando estas ainda são possíveis por eles.

É claro que levamos em conta que boa parte desse tratamento está relacionada, com a retribuição de amor e cuidados que se recebe ao longo da vida, logo acaba sendo algo considerado normal.


Porém, existe uma linha muito tênue entre carinho e infantilizar. Tratar com carinho é respeitar suas vontades, é não fazer por ele e sim com ele, chamar de mãezinha, vozinha, paizinho é carinho. Infantilizar é dizer: “Me dá o pezinho para fazer o curativo”, “Já tomou banhinho hoje?”, “vamos papar”, “vamos trocar a fraldinha”. Não permitir que a pessoa idosa realize suas atividades, tome suas decisões, participe de atividades e seja chamada por qualquer adjetivo pejorativo que não seu nome é violência emocional.


Essa forma de tratamento traz alusões errôneas em torno do envelhecimento e reduz a pessoa infantilizada à um lugar que ela não ocupa mais. A infantilização também estigmatiza esse grupo como padrão, ou seja, todos serão iguais, com mesmos gostos, hábitos, características de ‘bonzinhos’, ‘coitadinhos etc.


Difícil diferenciar não é mesmo? Mas há uma regra simples... Se constrange o outro e remete ao infantil, então, não é carinho...

Mas é preciso avaliar todo um contexto.


É importante que possamos quebrar esse estigma e entender que o idoso não é criança e não deve ser tratado como tal. Ele é uma pessoa que passou por todas as etapas da vida e que continua a seguir.


Ao infantilizar essas pessoas, acabamos por determinar a forma como elas são e serão tratadas.


Vamos refletir?

Se você fosse a pessoa idosa, gostaria de ser infantilizado (a)?

INDICAÇÃO DE LEITURA:

MANZARO, S.C.F. Alzheimer: Identificar, Cuidar, Estimular - Práticas e atividades para se aplicar no dia a dia. São Paulo: Portal Edições Envelhecimento, 2017. 262p.

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