Alzheimer: A decisão de quem vai cuidar
Receber um diagnóstico de Alzheimer não é fácil para o paciente e tampouco para os familiares e amigos. A questão é que, após este momento, todos se mobilizam para decidir quem é que vai cuidar. A questão está aí! Decidir quem vai cuidar é como se apenas uma pessoa (por diversos motivos) se tornasse responsável pelo paciente e por suas rotinas que terão que ser adaptadas. Este é um dos motivos no qual, juntamente com o paciente diagnosticado com Alzheimer, quem cuida acaba, muitas vezes, adoecendo também. O Alzheimer é uma patologia neurodegenerativa, ou seja, não existe cura. Ao longo do tempo vai havendo comprometimento de suas funções cognitivas, com isso o paciente vai perdendo sua autonomia e necessitará cada vez mais do auxilio e cuidados de outra pessoa, de preferência de alguém no qual ele tenha ligação afetiva e confiança. Estes cuidados deverão ser contínuos. Assumir o papel exclusivo de cuidador é uma tarefa estressante e que poderá comprometer todos os setores vida. Comprometimento com a rotina que a cada dia será mais em função do paciente. Idas e vindas aos médicos, adaptação do dia a dia dele de acordo com suas necessidades, atenção 24 horas porque situação como deixar uma chave em lugar acessível pode resultar numa saída inesperada sem orientação para voltar, alimentação restrita, riscos de engasgos, comportamentos alterados com humor em oscilação constante, manter fármacos administrados rigorosamente no horário receitado pelo médico além de, buscas constantes sobre informações para ajudá-lo a manter ao máximo uma rotina saudável e estimulante, já que o ideal é deixá-lo realizar atividades físicas e que ajude em suas funções cognitivas. No que se refere ao cuidador, o mesmo tem sua rotina comprometida como já havia mencionado, noites sem dormir de forma adequada, pois a atenção está o tempo todo ligada nas possibilidades de acidentes domésticos, momentos de impaciência, baixa de libido comprometendo sua vida sexual e o emocional vai ficando abalado. Muito estresse, choro e sentimento de impotência. Assumir todos os cuidados para si é de longe o mais indicado (para ambos os lados). O ideal é conseguir conciliar para que todos os possíveis envolvidos possam dividir tarefas e é uma forma também do paciente não se sentir abandonado. Eles possuem comprometimento de memória, mas eles conseguem perceber a rotina e suas mudanças. Podem não saber muitas vezes o nome da pessoa que está ali, mas eles sentem a calmaria ou agitação, a indiferença e o afeto. No mais, para cuidar de alguém, devemos estar emocionalmente e fisicamente saudáveis. Ter o momento de rir e chorar, pensar em coisas que vão além deste momento com o paciente, poder conversar com pessoas que nos fazem bem e que nos ajude a seguir adiante e que dê forças para suportar as dificuldades. Hoje em dia existem grupos em redes sociais que são voltados para oferecer informações e trocar experiência, da mesma forma que é possível encontrar profissionais que trabalham oferecendo suporte para estes cuidadores.
Buscar ajuda quando sentir necessidade é de suma importância, não hesite em procurar!
Cuidar, se cuidar e permitir ser cuidado também!
Quando você assume sozinho a função ou deixa que o coloquem nesta posição, você também está tirando a responsabilidade dos outros que poderiam e deveriam ajudar. É uma patologia que traz muito sofrimento para todos os envolvidos, no entanto, tente pensar que neste momento todos devem ter a oportunidade de manter ou restabelecer vínculos.
“ Se não houver cura, que no mínimo haja conforto.”
Propaganda do CSPS – Outubro Roxo
Recomendação de filme: Para Sempre Alice