Alzheimer: Conhecendo as Fases da Doença
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que apresenta recorrente instabilidade quanto aos seus sintomas e hoje vamos falar um pouco sobre a classificação das suas fases.
A literatura classifica-se o Alzheimer em três fases:
Leve ou inicial – É possível perceber o comprometimento da memória recente, desorientação de tempo e espaço, perda de interesse por atividades nas quais costumava realizar, estresse, sinais depressivos como falta de motivação, interação. Nota-se momentos de ansiedade e agressividade que podem gerar desconforto.
Esta fase é a mais complexa devido ao diagnóstico. Os sintomas podem ser confundidos com falta de atenção, quadros depressivos ou mesmo como “sintomas característicos da velhice” e sendo assim, o diagnóstico pode acontecer tardiamente, quando já existe um acometimento maior da saúde do paciente.
Neste momento é importante evitar desgastes como forçar o paciente a se recordar de algo, com frases do tipo: “ mas você não se lembra?”, “quantas vezes eu já te respondi isso?”, entre outras colocações que podem deixá-lo cada dia mais introspectivo, triste e com sentimento de inadequação.
Moderada ou intermediária – Os sintomas iniciais já estão mais frequentes e intensos. Já é possível notar o esquecimento ou troca de nomes das pessoas mais próximas, inquietude em ambientes familiares, notável perda de autonomia, necessidade de ajuda para atividades corriqueiras como fazer compras, cuidar da casa, higiene pessoal, maior dificuldade em falar com clareza. Os sinais de agressividade e inquietação são mais constantes. Nesta fase já pode acontecer alucinações, tal como ouvir vozes de pessoas que não estão presentes, dizer que recebeu a visita de alguém que às vezes já até faleceu ou mesmo falar que está passando fome, que não o estão alimentando, ter insônia, confundir fatos passados com atuais, etc.
Neste momento já é de extrema importância não deixar que a pessoa saia sozinha ou mesmo que more sozinha. Sim, é necessário cuidado 24 horas por dia!
Avançada ou final – Neste momento, o paciente já se encontra com grande dificuldade em se comunicar, se alimentar ( devido a frequentes engasgos ou mesmo a perda da noção dos movimentos de deglutição), já não reconhece amigos e familiares ou mesmo os ambientes familiares. Tem dificuldades de entender o que acontece ao seu redor. Perda do controle da urina e fezes. Nesta fase o paciente já tem todo seu movimento comprometido. O paciente pode ficar boa parte do tempo no leito e apresenta dependência para toda e qualquer atividade além de, não possuir mais autonomia sobre suas vontades.
Desde o momento do diagnóstico, é necessário um acompanhamento profissional contínuo. O auxílio de uma equipe multidisciplinar é de extrema relevância, pois eles podem ajudar a postergar a evolução do quadro patológico, assim como controle dos sintomas como instabilidade de humor, alucinações, agressividade, motricidade, entre outras. Estes profissionais também podem auxiliar os cuidadores quanto as orientações de comportamentos e posturas mais adequadas afim de obter menor desgastes emocionais e da própria rotina, onde o convívio com o paciente fica cada dia mais difícil.
Lembrando que não existe um limiar, ou seja, um marcador de tempo para cada fase. Dependendo do tratamento que o paciente recebe, a evolução de seu quadro pode ser bem tardia. Por isso, faça o possível para oferecer o melhor tratamento que puder ao paciente que sofre com Alzheimer. Sabemos que sua evolução é questão de tempo, mas um tratamento eficaz pode aumentar a qualidade de vida desta pessoa, que neste momento é totalmente dependente de seu entendimento e empenho.
“Alzheimer... uma brisa que chega leve, sutil e branda, como quem não quer incomodar e aos poucos vai invadindo os espaços, soprando cada vez mais forte até se tornar um tornado que de maneira devastadora arrasta e destrói tudo. E depois, apenas o nada. Retorna então a brisa...”
Luiza Gosuen
